quinta-feira, 24 de maio de 2007

Preocupação ambiental alcança prefeitos

O prefeito do Rio, César Maia esteve recentemente em Nova York, mas não foi à passeio. Ele participou da Cúpula das Grandes Cidades para o Clima (C 40). Os governantes das 40 maiores cidades do mundo se reuniram no prédio Hearst Tower (considerado um dos mais ecológicos do planeta). Discutiram formas de preservação do meio ambiente. Além dos prefeitos o evento contou com a participação de empresários dos países participantes.
A meta do C 40 é desenvolver ações e dar suporte aos administradores municipais nas iniciativas relativas a energia e emissão de poluentes. Os temas discutidos foram: aquecimento, resfriamento, indústria local, transporte e lixo.
A coordenação ficou a cargo dos prefeitos de Nova York e Londres em associação com a organização não-governamental Clinton Foundation, do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, que foi um dos palestrantes. As cidades integraram a cúpula do evento, incluindo São Paulo, vão participar de testes de novas tecnologias para reduzir a emissão de gases poluentes. No final do encontro os prefeitos fizeram um apelo para o G8 (Grupo dos oito países mais ricos do mundo) para que tome iniciativas contra o aquecimento global.

Ranking das cidades mais poluentes do mundo
Se você estiver de férias pense duas vezes antes de visitar estes lugares. São as dez cidades mais poluídas do mundo de acordo com o Instituto norte-americano BlackSmith:

Chernobyl – (Ucrânia)
Dzerzhinsk – (Rússia)
Haina – (Republica Dominicana)
Kabwe – (Zâmbia)
La Oroya – (Peru)
Linfen - (China)
Mariuu Suu - (Quirquistão)
Ranipit – (Índia)
Rudnaya, Pristan e Dalnegorsk – (Rússia).

domingo, 20 de maio de 2007

Os portugueses fazem escola

Portugal deu uma lição para o Brasil e para toda o mundo ao construir a maior usina movida à energia solar do planeta. Além de reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa, outro objetivo é baixar a importação de energia e, consequentemente, diminuir a dependência de outros países.
A usina lusitana foi construída nos arredores da cidade de Serpa, em Alentejo, no Sul de Portugal. Ela cobre uma área em torno de 60 hectares e deverá produzir 23 gigawatts de eletricidade por ano (energia suficiente para abastecer 8 mil casas). Assim o país vai deixar de emitir cerca de 16 mil toneladas de dióxido de carbono - CO2 (um dos maiores causadores do efeito estufa).
Nos próximos cinco anos os portugueses planejam investir US$ 10 bilhões em energia renovável. O ministro da economia do país, Manuel Pinho, explicou em uma entrevista à agencia de notícias Reuters, como o país pretende investir o dinheiro: “temos o objetivo de produzir 45% de eletricidade de fontes renováveis. Destes, 15% virão de biomassa e de energia solar. É uma das metas mais ambiciosas, não só dá Europa, mas no mundo”.

Enquanto isso no Brasil...
Ao mesmo tempo em que Portugal investe nas fontes de energia renováveis e não poluentes, no Brasil, o presidente Lula ainda luta com a falta de entrosamento dentro de seu próprio governo. Para tentar implantar as medidas de aceleração do processo de construção de hidrelétricas (fonte de energia limpa, mas cuja construção provoca impactos ambientais profundos), tem que tentar apagar os “incêndios” provocados pelas divergências entre suas duas ministras: a do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Casa Civil, Dilma Rousseff. A responsável pela “pasta verde” é acusada de impedir o desenvolvimento econômico, por causa da demora do Ibama (órgão que regula as questões ambientais) em aprovar as obras. Já Dilma teme uma nova crise energética. Algumas mudanças já foram feitas no ministério do Meio Ambiente e no Ibama. Mas nem todos estão satisfeitos com elas. Funcionários do órgão em todo o país estão se mobilizando com protestos e uma paralisação geral contra as novas mudanças. Eles têm medo de ser prejudicados com o novo formato do Ibama.


Pequeno vídeo que mostra o funcionamento dos painéis solares em Portugal

domingo, 13 de maio de 2007

Colocando a casa em ordem

Depois da chamada do presidente Lula, a ministra Marina Silva anunciou uma série de mudanças no Ministério do Meio Ambiente, chamadas de reestruturação. Marina Silva reconheceu que algumas mudanças precisam ser feitas, mas declarou que em nome do crescimento econômico não é possível transigir na defesa do meio ambiente.
A primeira grande mudança começa com o Ibama, a pedra no sapato de Lula e companhia. Marina Silva convidou o atual diretor da Polícia Federal (PF), Paulo Lacerda para presidir o Ibama. Sob o comando de Paulo Lacerda, a PF iniciou a maior operação de combate ao desmatamento na Floresta Amazônica, a Operação Curupira, também foram criadas 27 delegacias especializadas em meio ambiente, dentre outras ações. Isto acabou aproximando Marina de Lacerda.

As demais mudanças são:
  • Criação da secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Ambiental, que terá dentre seus objetivos, evitar que a corrida pelo lucro com o etanol provoque degradação ambiental;
  • Criação do Instituto Brasileiro de Biodiversidade, que vai centralizar a administração das 288 unidades de conservação ambiental (parques, mangues, etc.);
  • Extinção de três secretarias e criação de mais três: de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Criação da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Criação da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental.

E agora Marina?

Uma semana depois ganhar um prêmio da ONU, a ministra do Meio Ambiente recebeu um ultimato do presidente Lula. Em conversa com Marina Silva, o presidente exigiu que o órgão regulador, Ibama, seja mais flexível com os projetos governamentais. “Que passe da fase do não pode para a fase do como pode”, determinou Lula.
As declarações de Lula são referentes à demora do Ibama em conceder licenças ambientais para construções de hidrelétricas. Isso porque o órgão deu parecer desfavorável a implantação das usinas de Santo Antonio e Jirau, ambas no Rio Madeira em Rondônia, adiando por tempo indeterminado a liberação da concessão para a obra, que está orçada em R$ 20 bilhões. O Ministério de Minas e Energia enviou ao Ibama e à Casa Civil cinco relatórios produzidos por especialistas brasileiros e estrangeiros que são favoráveis ao empreendimento.
De acordo com o governo, o setor energético é de vital importância para o andamento do Plano de Aceleração do Crescimento – PAC - e um possível colapso elétrico traria sérios entraves à economia.
Em resposta a posição do Ibama, Lula decidiu retomar o programa nuclear brasileiro, começando com a construção da Angra 3 no Rio de Janeiro e de mais cinco usinas.
Numa reunião com o presidente e os ministros de Minas e Energia, Silas Rondeau e da Casa Civil, Dilma Rousseff, a ministra de Meio Ambiente, sugeriu que o governo abandonasse a produção de energia hidrelétrica e apóia-se no uso de energias alternativas, como a eólica e a solar.
As pressões sobre Marina por causa da posição do Ibama é de longa data. O presidente Lula vem fazendo críticas sucessivas ao órgão a mais de um ano, e a atual ministra da Casa Civil, que antes ocupava a pasta de Minas e Energia Dilma Rousseff, tem tido desentendimentos constantes com Marina Silva.


Entenda como funcionam as principais fontes de energia
Usinas termelétricas tradicionais
A energia é produzida a partir da queima de combustíveis fósseis, carvão ou petróleo, que vaporizam uma certa quantidade de água. O vapor produzido aciona uma turbina ligada a um gerador de eletricidade. A queima de combustíveis fósseis produz CO2, um dos gases produtores do efeito estufa, que está provocando o aquecimento global.


Usinas termonucleares
A energia é proveniente da ação nuclear que acontece dentro de reatores produzindo calor para a transformação da água em vapor. Os resíduos provenientes desta forma de energia ainda não tem utilidade e são radioativos.

Usinas hidrelétricas
A energia é produzida através do aproveitamento das águas dos rios. A força hidráulica movimenta uma turbina, que aciona o gerador responsável pela transformação de energia hidráulica em energia elétrica. Estas usinas produzem uma energia limpa, porém sua construção pode gerar impactos ambientais e sociais profundos resultantes do alagamento de vastas áreas e da necessidade de remoção das pessoas que vivem nelas.

Fontes de energia Renováveis
São fontes de energia produzidas através de recursos encontrados em abundancia, que não acabam e que não poluem o meio ambiente. A energia solar, proveniente do Sol e a Eólica, proveniente do vento são os maiores exemplos deste tipo de energia. Mas por questões econômicas e por serem relativamente novas essas fontes de energia não são muito utilizadas.



Vídeo que mostra as principais fontes de energias do Brasil

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Marina Silva é eleita uma das campeãs da Terra

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, recebeu no recentemente o prêmio que a Organização das Nações Unidas (ONU) concede na área ambiental, o Champions oh the Earth 2007 (Campeões da Terra 2007).
Este prêmio é dado a pessoas que tenham contribuído de forma significativa na proteção e gestão sustentável do meio ambiente e dos recursos naturais. Os homenageados receberam uma escultura feita de metal reciclado. A indicação da ministra brasileira se deu pela atuação dela em favor da proteção da floresta amazônica e, também, pela queda de mais de 50% na taxa de desmatamento na região.
Pelo menos um fato inusitado marcou esta edição do prêmio: apenas dois dos contemplados compareceram pessoalmente na cerimônia de entrega em Cingapura. Marina Silva foi uma das que não compareceu enviando em seu lugar o embaixador do Brasil em Cingapura, Paulo Alberto da Silva Soares. Outro homenageado que não apareceu foi o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore que enviou a atriz e ambientalista Daryl Hanna para representá-lo.

Sete pessoas foram homenageadas pelo Champions oh the Earth 2007:
  • Ministra do Meio ambiente brasileira Marina Silva,
  • Ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore,
  • Ministro do meio ambiente argeliano Cherif Rahmani,
  • Príncipe Hassan Bin Talal da Jordânia,
  • Vivica Bohn da Suécia que dirigiu as negociações sobre padrões mundiais de segurança para produtos químicos,
  • Jacques Rogge que é presidente do Comitê Olímpico Internacional,
  • Elisea "Bebet" Gillera Gozun das Filipinas que ajudou na implantação de multas por excesso de poluição no país.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Ainda entre vizinhos

Enquanto os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos brindavam à base de álcool como bons vizinhos, o convalescente presidente de Cuba deu uma de vizinho rabugento reclamando do grande barulho que atrapalha sua recuperação.
Em artigo intitulado “A internacionalização do genocídio”, Fidel Castro criticou a reunião entre os presidentes Lula e Bush. O encontro aconteceu na casa de campo do presidente norte-americano, em Camp David, e serviu para discutir dentre outros assuntos, o uso de biocombustíveis entre os dois países.
No documento publicado no jornal cubano do Partido Comunista, Granma, Fidel Castro declarou que a proposta de Bush de produzir etanol em escala mundial a partir de alimento é genocídio.
"Ninguém em Camp David respondeu à questão fundamental, que é onde e quem vai fornecer as mais de 500 milhões de toneladas de milho e outros cereais que os Estados Unidos, Europa e os países ricos necessitam para produzir todo o etanol que as grandes empresas americanas e de outros países exigem” frisou o líder de Cuba no artigo.
As discussões em torno dos biocombustíveis deixam dois fatos bem claros: o uso do etanol é uma alternativa ao petróleo, que é uma matriz energética altamente poluente e está se esgotando no mundo. Porém, durante o primeiro ano de mandato do presidente George W. Bush, os Estados Unidos abandonaram o protocolo de Kyoto (um tratado em que os países ricos se obrigavam a reduzir a emissão de gases poluentes no mundo), portanto a política de Bush em relação aos biocombustiveis pode ser vista como uma tentativa de reduzir a dependência do EUA com relação ao petróleo venezuelano de Hugo Chavéz.
Aos 80 anos e se recuperando de uma operação que o afastou longamente, pela primeira vez da liderança de Cuba, Fidel Castro se aproveitou do barulho dos vizinhos no norte para dar um recado ao mundo: ele está de volta.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

BONS VIZINHOS

Retomando a velha política da boa vizinhança, o presidente Lula retribuiu a visita do norte-americano George W. Bush.
O brasileiro foi recebido em Camp David, a residência de montanha do presidente dos Estados Unidos em Maryland. A escolha não foi à toa. Favorecidas pelo clima e a bela vista, as audiências em Camp David costumam ser mais longas e informais.
Durante praticamente todo o encontro, os presidente brindaram a base de álcool. Mas não a bebida! O que Lula fez questão de deixar bem claro durante a visita, depois da má fama que pode ter adquirido por causa da reportagem publicada pelo jornal norte-americano New York Times sobre seu grande apreço pela bebida.
Lula foi para os Estados Unidos com o objetivo de promover outro derivado da cana de açúcar, o etanol (álcool combustível) brasileiro.
A primeira reunião entre os dois presidentes girou em torno da expansão do mercado de biocombustíveis no mundo e da estabilidade política na América Latina.
Depois de uma entrevista coletiva, os presidentes voltaram a se encontrar para tratar de um assunto mais delicado, sem muitos brindes, o comércio entre países ricos e países em desenvolvimento, principalmente em relação à política de barreiras comercias e subsídios que os países ricos mantêm em relação aos demais.

A grande expectativa que os ambientalistas mantêm é que o uso do álcool não afete as plantações alimentícias, o meio ambiente e não comprometam, ainda mais, a vida dos trabalhadores das plantações de cana-de-açúcar brasileiras.